No dia 10 de junho celebra-se em Portugal o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Este dia, feriado nacional, é uma homenagem ao grande poeta Luís Vaz de Camões, autor d´Os Lusíadas, a maior obra épica de Portugal, que faleceu no dia 10 de junho de 1580.
Considerada uma das principais figuras da literatura lusófona e um dos maiores poetas de Portugal, pouco se sabe sobre a vida de Camões. No entanto, a sua imagem icónica com uma pála sobre um olho e a gola do século XVI são sobejamente conhecidas.
Diz a lenda que Camões mudou-se para a África, onde se alistou como soldado e acabaria por perder um olho numa batalha. Mais tarde, regressou a Portugal, onde foi preso várias vezes, e depois aventurou-se para o Oriente, onde escreveria a sua obra mais conhecida, o poema épico «Os Lusíadas».
«Os Lusíadas» tem um total de 1102 estrofes, com 8816 versos, em dez cantos que celebram a descoberta de uma rota marítima para a Índia pelo explorador português Vasco da Gama, entre outros momentos inspiradores da história de Portugal. A influência da obra-prima «Os Lusíadas» é tão profunda que a língua portuguesa é por vezes chamada de «língua de Camões».
As celebrações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas decorrem, este ano, em 24 cidades de 16 países, em 4 continentes.
10 de junho é também o Dia das Comunidades Portuguesas. O Dia de Portugal celebra-se em todos os continentes, graças ao trabalho conjunto da rede diplomática e consular, ao movimento associativo Português na diáspora e aos milhões de cidadãos e descendentes lusófonos em todo o mundo. Seja em Portugal ou no estrangeiro, é com orgulho que os portugueses celebram a sua história, cultura e tradições.
V Centenário do Nascimento de Luís de Camões
Coimbra acolhe o arranque oficial das Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões, no 10 de junho. O programa integra três iniciativas, promovidas pela Universidade de Coimbra e pela Câmara Municipal de Coimbra, em parceria com o Comissariado para as Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões:
- a inauguração da exposição camoniana “Camões. Letras impressas (1572-2024)”, na Biblioteca Joanina da UC;
- uma cerimónia académica dedicada ao poeta, na Sala Grande dos Atos (Sala dos Capelos): e
- o espetáculo “Eram tudo memórias de alegria” (com a atuação da cantora Teresa Salgueiro, entre outros artistas), no Pátio das Escolas. O concerto é inspirado num verso de Camões — “Eram tudo memórias de alegria” (Os Lusíadas, III, 119) — que servirá de mote agregador a todo o evento performativo.
Estas iniciativas pretendem realçar os fortes vínculos entre Luís de Camões e a cidade de Coimbra, com destaque para o papel determinante da cidade e da Universidade na disseminação da língua e da cultura portuguesas (incluindo a obra de Camões) por todo o espaço lusófono.
História do Dia de Portugal
A primeira referência ao caráter festivo do dia 10 de Junho é no ano 1880 por um decreto real de D Luís. I que declara «Dia de Festa Nacional e de Grande Gala» para comemorar apenas nesse ano os 300 anos da hipotética data da morte de Luís de Camões, 10 de junho de 1580.
Durante o regime ditatorial do Estado Novo, o dia 10 de junho era celebrado como o «Dia da Raça: a raça portuguesa ou os portugueses».
O Estado Novo ocorreu no período entre 1933 até à Revolução dos Cravos, em 25 de abril de 1974.
Após 25 de abril de 1974, a celebração do dia 10 de junho passou a prestar homenagem a Portugal, a Camões e às comunidades portuguesas.
IMAGEM: Tempo Livre (2022)