Natália Correia, «a Mulher que Morreu de Pé» 

“A Mulher que Morreu de Pé” (2024) chega às salas de cinema portuguesas a 11 de setembro. Mais do que um documentário, trata-se de um ensaio poético e ficcionado que reúne atores, amigos e testemunhos para revisitar a vida e a obra da escritora Natália Correia (1923-1993) — uma figura maior da liberdade de pensamento e de criação em Portugal, antes e depois do 25 de Abril.

O filme convida a uma viagem pelas múltiplas dimensões de Natália Correia — poeta, cronista, dramaturga, editora, feminista, política e eterna provocadora — a partir do vasto arquivo que deixou e dos lugares onde a sua ausência continua a ressoar.

Sob o olhar de Rosa Coutinho Cabral, o filme não procura apenas reconstruir memórias, mas reencontrar uma mulher guiada pela liberdade, enraizada na sua açorianidade e fiel a uma visão radical da poesia como ato político.

“A Mulher que Morreu de Pé” teve estreia na última edição do Olhares do Mediterrâneo e desde então tem sido exibido em vários festivais como o Porto Femme 2025, onde venceu o prémio de Melhor Documentário da Competição Nacional.

A obra de Natália Correia (1923-1993) estende-se por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio. Colaborou com frequência em diversas publicações portuguesas e estrangeiras. Durante as décadas de 1950 e 1960, na sua casa reunia-se uma das mais vibrantes tertúlias de Lisboa, onde compareciam as mais destacadas figuras das artes, das letras e da política (oposicionista) portuguesas e também internacionais. Ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita. A sua obra está traduzida em várias línguas.

Natália Correia recebeu, em 1991, o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro Sonetos Românticos.

Legou a maioria dos seus bens à Região Autónoma dos Açores, que lhe dedicou uma exposição permanente na nova Biblioteca Pública de Ponta Delgada, instituição que tem à sua guarda parte do seu espólio literário (que partilha com a Biblioteca Nacional de Lisboa) constante de muitos volumes éditos, inéditos, documentos biográficos, iconografia e correspondência, incluindo múltiplas obras de arte e a biblioteca privada.

COM INFORMAÇÕES E IMAGEN DE www.cinema7arte.com

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